Serão 22 dias de aulas, intensivos, laboratórios, jams, caminhadas, cachoeiras, contemplação, improvisação, interação, integração e descanso. Um encontro com a dança, com a natureza, com gente de todo o planeta, um encontro consigo mesmo.
O Encima da Chapada vai nos conduzir em uma potente jornada, das puras águas do Vale do Capão às montanhas sagradas do Vale do Pati, em uma imersão de dança na natureza, abrindo um espaço de profunda escuta para o diálogo sublime do corpo com o ambiente.
Na primeira semana, estaremos co-criando nosso momento mágico neste interessante vilarejo que é o Vale do Capão – também conhecido como Caeté-Açú – localizado na entrada do Parque Nacional da Chapada Diamantina, município de Palmeiras/Bahia. O termo “Caetê-Açu” em Tupi significa “grande mata verdadeira”. Chegando aqui, basta olhar para os lados para entender o porquê desse nome.
Estaremos desfrutando de toda a estrutura da super charmosa Pousada do Capão, com um salão maravilhoso de madeira, aos pés do Rio Batista, com piscina natural, quadra poliesportiva, sauna, piscina quente, várias áreas de gramado em plena natureza e uma vista mais que inspiradora. Aí compartilharemos aulas, intensivos, jams, laboratórios, trilhas de exploração sensorial e momentos de troca e convivência.
Na segunda semana, adentramos no Vale do Pati, esse santuário ecológico bem no coração do Parque Nacional da Chapada Diamantina. É mundialmente conhecido por ser um lugar de beleza inenarrável e peculiar ecossistema, sendo um dos locais mais procurados por quem gosta de fazer caminhadas na natureza e roteiros de trekking. Longe do ruídos de carros, de antenas de celular e de qualquer comércio, vamos explorar ainda mais a integração do corpo na natureza, abrindo outras percepções e possibilidades de interação com o meio ambiente e com os outros seres. Em uma caminhada dançante de 7 dias, cultivaremos tempo para silenciar, respirar, observar, caminhar, contemplar pequenas danças, grandes cachoeiras, movimento e quietude… mergulhando em um espaço fora do tempo, abrindo conexões verdadeiras com nossa natureza essencial.
Antes de começar a etapa Capão, haverá um workshop pré-festival, com nossa professora âncora, que convidamos para colaborar com o festival a longo prazo, pois amamos suas pesquisas!
Por se tratar de um estudo dos fundamentos, este trabalho afeta em primeiro lugar a nossa qualidade de presença e a nossa relação com o mundo e, em segundo lugar, prepara bem o corpo para a dança, revelando novas possibilidades de movimento e interação.
Psicóloga social, treinadora e facilitadora corporal certificada, terapeuta de Bodymind Gestalt, guia de retiros sobre liberdade emocional, toque nutritivo e sexualidade consciente. Praticante do método Deep Listening, autora do método de dança submarina Ocean Dance, apneista, ecologista, anfitriã de retiros e festivais de dança e movimento na Natureza em Tailandia, Bali, Portugal, Rússia, Brasil, Egito, Turquia e México. Autora do blog “Corpo Minha Casa”, facilitadora de eventos regulares de Contato Improvisação em terra e na água, em Tepoztlan/México.
Veja a proposta:
Pratica Tae-kwon-do e atletismo. É graduado em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes de La Plata. Em 1990 iniciou seus estudos em Contato Improvisação e desde 1994 lecionou em vários centros, instituições e festivais, na Argentina, Brasil, Austrália e no mundo. Atualmente é professor adjunto da Cátedra de Contato Improvisação da U.N.A. (Universidade Nacional de Artes). Integrou o corpo docente da Companhia de Dança Contemporânea e do GEAM (Grupo de Experimentação em Artes do Movimento). Ofereceu aulas na Escola de Circo da UNSAM (Universidade Nacional de San Martín), em La Fábrica, “Escola Profissional de Bailarinos” e no “Projeto Incubadora”, Programa Estágio de Treinamento.
Veja a proposta:
Artista eco-somática - desenhadora visual - dançarina de improvisação - performer
Geraldin estudou desenho gráfico na Universidade UJTL de Bogotá/Colômbia, com pós-graduação en “Linguagens Artísticas Combinadas” en UNA - Buenos Aires/Argentina (em curso).
A relação corpo urbano-corpo selvagem tem sido sua principal fonte de pesquisa e trabalho artístico. Seu universo eco-somático explora a relação entre o humano e mais que humano através da dança improvisação, o pensamento poético e práticas performativas na natureza. Seu compartilhar está inspirado nas cosmologias do corpo e território em comunidades ancestrais de AbyaYala (América do Sul).
Veja a proposta:
Artista plástica e dançarina, pratica contato improvisação há dez anos. Estudou com Ray Chung, Gustavo Lecce, Cristina Turdo, Gabriel Forestieri, Violeta Lubarsky, Lucía Bertone, José Villa, Eliana Bonard, Lior Ophir, Gabriel Greca, Iván Baucia, Autarco Arfini, Gabriela Morales, entre otres. Produtora e organizadora de intervenções urbanas e festivais como Transformando Pela Prática. Criadora da MACI (Maratona de Contato Improvisação), projeto itinerante com o intuito de fortalecer a rede de praticantes em Latinoamérica. Influenciada pelo Movimento Autêntico e o budismo theravada, o interesse dela é nutrir a conexão interna, o solo, para fazer o caminho ao exterior, ao vínculo com o espaço e com os outres.
Veja a proposta:
É artista de circo e artista de rua desde 1998. Em 2003 sofreu uma lesão grave que o obrigou a focar na cura. Graças à inovadora fisioterapia postural que forneceu grandes ferramentas e princípios preciosos para uma rápida recuperação, desenvolveu um treinamento somático denominado DanSoma. Esta abordagem aplica-se especialmente ao parada de mão, dança acrobática, contato improvisação e à investigação de movimentos fluidos. Realizou vários workshops na Itália e no exterior e em 2018 - 2019 foi professor residente de treinamento postural e treinamento de movimento na Escola de Circo Romano. Em Sicília organiza festivais e cursos residenciais (3 ou 2 meses) focados na cura do corpo, da mente e do espírito através do treinamento somático aplicado ao estudo do movimento e das artes circenses.
Veja a proposta:
17 a 19 de janeiro 2024
3 aulas de 3 horas cada
(sem alimentação, nem acomodação)
22 a 29 de janeiro 2024
8 dias, incluindo aulas,
jams e alimentação
(sem acomodação)
01 a 07 de fevereiro 2024
7 dias, inclui guia,
alimentação e vivências
(sem acomodação)
17 jan a 07 fev 2024
22 dias incluindo todas as atividades,
e alimentação nas etapas Capão e Pati
(sem acomodação)
R$ 50 (diária de camping)
A partir de R$ 160 (diária em suite de luxo compartilhada)
Ver detalhes em: www.pousadadocapao.com.br
A partir de R$ 50 (diária de camping)
A partir de R$ 100 (diária em quarto compartilhado)
Créditos fotografias e vídeos: Maria de Los Angeles, Carlos Gavina, Sasha Bezrodnova, Julia Limaverde, Xenia, Joana Shroeder, Ciro Becker, Felipe Godoi, Olya Glotka, Marina Sekacheva.
“Os Padrões de Ser” na Intersecção Somática com o Contato Improvisação
Minha paixão e profunda exploração nos últimos anos tem sido trabalhar com padrões de movimento. De acordo com a abordagem somática (incorporação), movemo-nos com todo o nosso ser, e é através do movimento, que ocorre em vários níveis da nossa existência, que sentimos, experienciamos, agimos e nos relacionamos, tudo com o nosso todo.
Portanto, os padrões fundamentais de movimento podem igualmente ser chamados de padrões de ser. Estudar como usamos ou não vários padrões nos ajuda a tomar consciência de nós mesmos na interação com o mundo e a encontrar mais possibilidades de livre escolha, se acreditarmos que ela existe. Se não existir, pelo menos oferece mais oportunidades para compreender o nosso condicionamento.
Durante o Master Class, convidarei você a descobrir e explorar diferentes padrões de movimento a partir das seguintes estruturas:
Os reflexos ajudam o movimento a ocorrer instantaneamente, ignorando o processamento de informações no córtex cerebral, o que é muito útil na organização rápida e correta do corpo em situações de sobrevivência.
O intensivo será focado em como interagimos com o mundo no próprio local de contato. Onde terminamos e onde começa o outro, ou o mundo? Onde estão nossas membranas sensíveis e protetoras? Como nossos limites mudam no processo de interação?
O tema dos limites nos leva a tantos lugares diferentes…
SEGURANÇA
Por que às vezes dizemos SIM, quando não temos certeza, ou quando queremos dizer NÃO?
Quando nos traímos e quando seguimos nossa verdade interior?
Quando negligenciamos ou ignoramos nossos limites, ou fingimos que não os temos?
NUTRIÇÃO
Nossa capacidade de ser nutrido emocional e corporalmente deriva de nossa autopermissão para confiar, absorver, estar ciente de nossas necessidades, aceitar que temos necessidades, estar totalmente presente com todas as nossas partes de sombra em contato com o outro.
CONTATO
Como nos manifestamos na presença do outro? Quem pensamos que somos e como queremos ser percebidos? Como somos sendo vistos, sentidos, cheirados? O quanto estamos dispostos a ser realmente nós mesmos e a conhecer os outros como eles são? O que queremos do contato e por que precisamos do contato?
IMPROVISAÇÃO
O que acontece no encontro autêntico de mim e do outro, eu e o ambiente? Como a alquimia transforma as diferentes essências em uma nova unidade? Quando improvisamos, somos um grupo de indivíduos dentro do espaço da dança ou uma nova expressão única de vida? Qual é a dança que ocorre quando algo encontra algo? Ou quando nos encontramos com a Natureza?
Brincando com todas essas camadas, encontraremos as fontes de movimento dentro de nós, fora de nós e entre nós. Criaremos espaço para encontros muito pessoais, para atos artísticos espontâneos e para manifestação de algo que ainda não sabemos que somos.
Despertaremos o corpo de forma dinâmica, habilitando nossos reflexos para que atuem facilmente em deslizamentos, espirais e linhas de força, habitaremos a estrutura óssea e suas conexões com o chão e outros, bem como as relações entre o chão e o vertical. De pé aqui e guiados por um ponto de contato, os bailarinos estimulam a fluidez do movimento, sem saber exatamente aonde isso os levará. Transportam ou são transportados por forças físicas, já postas em jogo. Quando a segurança física é garantida no movimento, num nível mais instintivo, a improvisação encontra um campo de jogo mais sutil.
Investigaremos habilidades específicas de Contato Improvisação, despertando nossos sentidos para o ambiente em torno. Buscaremos e investigaremos nosso próprio movimento fluido, levando-o a estados que nos conduzam a uma dança segura e única. Acentuaremos a nossa relação com o solo, até reconhecê-lo como um par, através dos nossos próprios ajustes à gravidade e da nossa atenção múltipla. Outro núcleo da prática será a exploração da improvisação, jogos práticos e poéticos que o mundo da improvisação pode proporcionar, para que cada singularidade encontre a sua forma particular de dançar.
Investigaremos o espaço como uma fonte de forças visiveis e invisíveis que informam a inteligência do instante. Exploraremos a curiosidade como uma força da natureza que habilita a disponibilidade do corpo e da mente de improvisação. Abrindo o corpo multidimensional, trabalharemos com os níveis metafísicos do movimento que convidam à imaginação e ao pensamento poético. Exploraremos a presença como um ato de generosidade para permitir-nos ser vistos e entrar no ciclo orgânico da aparição e desaparecimento. A contemplação e a respiracão serão a base para entrar em estados de presença compartilhada com os mundos humanos e más que humanos. Seremos dançados por Aluna.*
* Aluna es un termo que utilizam os indígenas koguis da Sierra Nevada de Santa Marta em Colômbia. É um conceito para definir o espaço do pensamento, o não visível, a mente dentro da natureza – e significa ideia, consciência, pensamento e essência. Pode significar “pensamento” e “oceano”.
A proposta da aula é provocar um estado de escuta profunda, ancorado na observação das sensações físicas para investigar o território do desconhecido. Com o foco no movimento da atenção, tentaremos dilatar o tempo entre estímulo e resposta, para abrir o espectro de possibilidades e escolhas. Promover a consciência da multiplicidade de sentidos e dos diálogos internos que o contato traz. Disponibilizar o corpo para fazer escutando, e escutar fazendo. Se mover e ser movimentado.
Esta aula é uma viagem que, a partir da respiração, nos levará a aprender alguns elementos “acrobáticos” simples que irão enriquecer a nossa dança e, portanto, as nossas possibilidades de comunicação com outros corpos, bem como as nossas capacidades de nos apoiarmos e voarmos juntos.